No total, 1.193 brinquedos que induzem à violência foram trocados por bolas, bonecas, carros e jogos educativos.
Músicas, mágicas, palhaço e muita brincadeira. Foi desta forma a apoteose que culminou no encerramento da primeira etapa da Campanha “Armas, Nem de Brinquedo” que lotou a quadra de esportes do Serviço Social do Comércio – SESC, no bairro de Santo Amaro. Presenças ilustres como os auxiliares técnicos do Náutico e Santa Cruz, respectivamente Kuki e Zé do Carmo, abrilhantaram ainda mais a festa. Cerca de 1.400 crianças foram beneficiadas com a campanha em 13 instituições públicas e privadas, das comunidades que integram o bairro de Santo Amaro, onde foi instalado o primeiro Território de Paz pelo Governo Federal. No total, 1193 brinquedos que remetem à violência foram trocados.
O próximo passo será dado a partir do segundo semestre deste ano com a interiorização da campanha. “Foi um sucesso e o trabalho de prevenção realizado pela Secretaria de Defesa Social não ficará por aqui”, garantiu João Evangelista, gerente de Prevenção e Articulação Comunitária, que pretende desenvolver a campanha em todo estado através dos Núcleos de Prevenção à Violência – Nuprev, em Salgueiro, Garanhuns e contemplar ainda outros bairros na Região Metropolitana do Recife.
Damázio a campanha foi muito positiva e as pessoas que contribuíram para esse sucesso estão de parabéns. Cumprimentou a criançada e agradeceu aos parceiros responsáveis pela grandiosidade da festa. “É de fundamental importância esse trabalho preventivo e o que depender da SDS estaremos levando essa missão para todo o Estado. É muito bom que os pais dessas crianças se sintam motivados e também se engajem na Campanha Nacional do Desarmamento, fazendo a doação de suas armas de verdade”, disse.
Além de cultivar a cultura de paz, a campanha também teve o objetivo de promover nas crianças a conscientização para rejeitar qualquer objeto que lembre violência. Brinquedos como revólveres, espadas, estilingue e tantos outros foram trocados por jogos educativos, bolas, bonecas e carros. Quem compareceu a festa não se arrependeu. A dona de casa Maria Eugênia, disse que passava pelo local e lhe chamou à atenção a quantidade de crianças.. “Maravilhosa essa iniciativa do Governo do Estado em promover esse tipo de campanha. Essas crianças serão o futuro do amanhã e é através delas que renasce a esperança de dias melhores, sem violência”, afirmou.
Sonho – Associar o sonho de ser um policial a um brinquedo que lembre à violência é totalmente equivocado. Afirmou o coordenador da Patrulha Escolar, major Cláudio Santos. Para ele, o papel da Polícia Militar nessas comunidades é de aproximar a população da instituição. “É importantíssima essa campanha. A criança precisa que alguém lhe oriente de que a polícia não apenas reprime. Ela também previne”, disse.
O Auxiliar Técnico do Náutico, Kuki ficou muito feliz em ter sido convidado para o encerramento da campanha. “Quero parabenizar a SDS pela iniciativa e lembrar a importância de, mesmo de brinquedo, retirar essas armas das mãos das crianças. A violência não leva a nada.”, concluiu.
O também Auxiliar Técnico do Santa Cruz, Zé do Carmo ficou surpreso com o resultado da campanha. “Essa garotada precisa ser incentivada a promover uma cultura de paz e, no futuro, ser um jogador, médico, músico ou qualquer outras profissões que existem", disse.
A campanha foi direcionada a crianças e adolescentes na faixa etária dos 7 a 12 anos. No local estiveram cerca de 500 crianças das escolas Poetas Jonas Braga, Santa Cecília, Sede da Sabedoria, Sítio do Céu e Emídio Dantas Barreto. Emerson Henrique Rocha da Silva, 10 anos, consciente da sua presença no local, disse que quando crescer que ser jogador de futebol. Com uma pistola de água, que comprou pra brincar o carnaval e, hoje brinca de policial e ladrão, disse que iria trocar por uma bola. “Armas, mesmo de brinquedo nos deixa violentos”, revelou.
Lígia Vitória, também de 10 anos de idade, estava com uma espada e disse que queria trocá-la por uma boneca. “Quando crescer serei médica. Não devemos ter em nossa casa qualquer brinquedo que lembre a violência”, informou.
A festa contou com várias apresentações artísticas como a Banda Pressão Sanguínea e o cantor Wellington do Pandeiro, cantando músicas que discorrem sobre a temática: Arma, nem de Brinquedo. As apresentações de mágicas e o Show do Palhaço Picocheta – que laçou a música de sua autoria com o tema da campanha – são promovidas por policiais militares.
A campanha contou com a parceria do Projeto URBALL - da União Européia, Companhia Editora de Pernambuco – Cepe, que doou 500 livros “ O Conto do Garoto que não é Especial, de Lucas Mariz e Igor Colares - Shopping Tacaruna, Agentes da Comunidade, da Igreja Universal; Secretarias de Educação Estadual e Municipal; SESC - Santo Amaro; ONG Moradia e Cidadania, da Caixa Econômica Federal e da Comunidade de Santo Amaro.