A imagem abaixo não teria me chamado tanto atenção
se fosse vista em qualquer outro lugar. Uma pessoa precisando tomar água e
outra ajudando a matar a sede. No entanto, o registro feito pela fotógrafa
Maria Eduarda Bione, do Diário de Pernambuco, dentro do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mostra um jovem (que tinha acabado de
ser preso suspeito de participar do assalto que vitimou com um tiro no pescoço
um sargento da Polícia Militar) e o braço de um dos soldados responsáveis pela
sua prisão dando água ao rapaz.
O suspeito e um adolescente, que também foi
apreendido pelos PMs, confessaram participação no crime contra um companheiro
de farda daqueles que os capturaram. A dupla foi levada para a delegacia para
os procedimentos de rotina. Lá, após falar com a imprensa, o rapaz, que estava com
as mãos algemas para trás, pediu água ao soldado. Talvez outro militar não
tivesse a mesma reação e ato correto que aquele policial teve. De pronto, ele
pegou um copo descartável, foi até o gelágua e o trouxe cheio para o suspeito.
Fez isso duas vezes e ainda perguntou se o mais novo queria também.
Diante dos inúmeros relatos de desrespeito aos
direitos humanos, essa foi uma lição de civilidade e respeito com o próximo.
Coisa que poucos de nós temos. O PM estava muito revoltado com a ação do
suspeito que atirou no sargento sem que o mesmo tivesse reagido ao assalto,
mesmo assim, não se negou a atender o pedido dele. E não fez isso para que a
imprensa visse. Fez de maneira discreta, mas que eu a Maria Eduarda percebemos.
Quero ressaltar ainda que os militares não estavam protegendo os suspeitos,
apenas os tratando com respeito.