Vista frontal do teatro |
Projeto de reforma em andamento |
Ao
ser inaugurado, numa manhã de 6 de setembro de 1936, com a presença do Governador
Carlos de Lima Cavalcanti e do
Comandante Geral, Cel. Jurandir de Bizarria Mamede, o Cine-Auditório da
então Força Pública de Pernambuco, como era chamado inicialmente, passou a se
incorporar à vida policial-militar e à sociedade recifense, principalmente,
àquela circunscrita ao pequeno Bairro do Derby,
Já
nos seus primeiros meses de funcionamento, acolheu bons artistas, recitais,
bandas e orfeões, celebrizados na época do capitão Zuzinha, com memoráveis
noites de “arte musical”, mágicos, cantores, além de muitas solenidades cívicas
e conferencias ilustres.
No
ano seguinte de sua inauguração, vem o Golpe de 10 de novembro de 1937, e o
“teatro” foi então mutilado pelo novo governo revolucionário que mandou brochar
(pintar de tinta a óleo, com brocha), um afresco, segundo alguns, de autoria do
célebre artista Di Cavalcanti, por simples questões ideológico-partidárias. Nem
por isso, essa Casa Cultural se abateu.
Na
década seguinte, no auge da chamada “sétima arte” ela exibia, diariamente,
películas cinematográficas das mais variadas para uma platéia lotada de
policiais, parentes e outros convidados.
Na
época da II Guerra, teve em seu público, inclusive, prisioneiros alemães,
depois conduzidos para o Rio de Janeiro, com escolta de brigadianos, sob o
comando do então jovem tenente Otacílio de Souza Ferraz.
Por
volta de 1950, no primeiro Comando do Coronel Viriato de Medeiros, importantes
reformas foram nele realizadas, segundo Waldemar de Oliveira, “essa tarefa foi
muito facilitada pela Corporação, pois foi realizada por artífices da própria
Polícia Militar, chamados a serviços dentro de suas formações profissionais.
Nada faltava dentro do quartel para uma tarefa concluir. Todos os oficiais e
praças, imbuídos da necessidade de levar a efeito a obra de reforma do antigo
auditório, desdobrando-se, de corpo e alma, à sua consecução.
A
Rádio Clube de Pernambuco e seus companheiros de luta, estiveram sempre
presentes, a prestar sua modesta colaboração ao acontecimento, enquanto a
imprensa recifense animava, aplaudindo o esforço de dotar a terceira cidade do
país e a capital artística no Norte com uma nova casa de espetáculos,
perfeitamente ao alcance do público.
E
assim foi realmente, o Teatro do Derby remoçado, ampliado, com sua boca de cena
alargada e rebaixada, seus novos camarins, seu saguão, seu bar e suas novas
instalações elétricas e sanitárias.”
Nesse
período, o programa comandado pelo jovem Capitão Agenor Cavalcanti de Carvalho
(Novidade Domingueiras) era o campeão de audiência, transmitido ao vivo pela Jornal
do Commercio que levava atrações
como Jackson do Pandeiro, Odete Cahu, Anastácia, além das atrações da Casa,
como o Cabo Tobias do Corpo de Bombeiros que dali adquiriu projeção nacional,
sendo considerado, inclusive, por Ari Barroso, a maior voz do Brasil e hoje é
uma testemunha viva desses tempos, residindo lá no Rio de Janeiro.
Ainda
no final da década de 1970, com o incêndio do Teatro Valdemar de Oliveira, o
velho Teatro do Derby, com verba emergencial do Governo do Estado, foi mais uma
vez restaurado recebendo o público para as peças que estavam programadas no o
Teatro sinistrado.
Com
o tempo, no entanto, o antigo auditório caiu em desuso e hoje implora por providenciais
e profundas melhorias que, segundo se sabe, deve começar a acontecer graças à
iniciativa do atual Comando Geral da Corporação.
Fonte:
Coronel RRPM- Carlos Bezerra Cavalcanti.